Aluguei num quarto na baixa da capital para começar uma vida normal. Eu estou feliz, encontrei o meu lugar é bonito como uma flor, do meu funeral. O senhorio era um padre assombrio quando me veio dar a chave, abençoou-me e sorriu. Aluguei o meu quarto, parece uma capela, é caro e a luz do sol não bate na minha janela. Estamos em Março, chegou a primavera, os dias são mais claros, as noites são mais negras. Não há luz, mas há um brilho no escuro é o reflexo de tudo que sobrou no meu mundo. Não há luz no meu quarto Não há luz no meu quarto A minha noiva ontem veio-me visitar e foi se embora de manha, antes de eu acordar. Eu sonhei que ela me iria deixar trancado para sempre sozinho neste lugar. Um buraco, um cheiro malzeambundo está cheio e sujo, um mês que eu não arrumo. Mas ninguém sabe onde fica o meu refugio fica longe de tudo, longe do mundo. Não aguento mais, essa luz artificial comida enlatada, sem sabor, nem sal. Nada de mais, são saudades da minha mãe coitada da minha mãe, não merece o filho que tem Mas eles acham que eu tenho um grande futuro Vou ser estúpido, mau e maluco. Não há luz, mas há um brilho no escuro é o reflexo de tudo que sobrou no meu mundo. Não há luz no meu quarto Não há luz no meu quarto Mas se os gangstas descobrirem onde eu 'tou a morar vai haver fogo de artificio no meu andar (x2) Não há luz no meu quarto Não há luz no meu quarto Mas se os gangstas descobrirem onde eu 'tou a morar vai haver fogo de artificio no meu andar (x4)