Já faz tempo, oh tanto tempo Tanto nem dá para contar Que eu consegui sair de casa E comecei a tocar Apanhei o barco das 9 Na margem esquerda do Tejo De um lado ficava a fome Do outro ardia o desejo Subi Lisboa de elétrico E era de noite e chovia O mês seria Dezembro Mas já não me lembro o dia Lá estava um de galochas Com a gabardina do pai Tinha alfinetes na boca E vinha dos Olivais O outro eu já conhecia Foi quem me desafiou Foi um cantor arrojado Foi ele quem me guiou E o terceiro chegou tarde Veio direto do quartel Tinha a Vespa avariada Para o táxi não há papel E com a banda formada Mas sem canções para tocar Em binário ou quaternário Puseram-se a inventar E a banda não parou mais de tocar E a estrada não parou mais de os chamar E assim lá foram andando Tocando aqui e ali Até que num belo dia Entraram o João e o Gui Finalmente já completos Chegaram ao primeiro lugar Mas nem eles imaginavam O que ainda tinham para tocar E é assim que reza a lenda Cantada aqui para vocês Por mim que sou o Tim Dos Xutos & Pontapés E a banda não parou mais de tocar E a estrada não parou mais de os chamar E a banda não parou mais de tocar E a estrada não parou mais de os chamar