Um carro de boi lá vai Gemendo no estradão Suas grandes rodas fazendo Profundas marcas no chão Vai levantando poeira Poeira vermelha, poeira Poeira do meu sertão Olha seu moço a boiada Em busca do ribeirão Vai mugindo e vai ruminando Cabeças em confusão Vai levantando poeira Poeira vermelha, poeira Poeira do meu sertão Olha só o boiadeiro Montado em seu alazão Conduzindo toda a boiada Com seu berrante na mão Seu rosto é só poeira Poeira vermelha, poeira Poeira do meu sertão Barulho de trovoada Coriscos em profusão A chuva caíndo em cascata Na terra fofa do chão Virando em lama poeira Poeira vermelha, poeira Poeira do meu sertão Poeira entra em meus olhos Não fico zangado, não Pois sei que quando eu morrer Meu corpo irá para o chão Se tranformar em poeira Poeira vermelha, poeira Poeira do meu sertão