Eu canto, com os olhos bem fechados Que o maestro dos meus fados É quem lhes dá o condão E assim, não olho pr'a outros lados E canto de olhos fechados Pr'a olhar pr'ó coração. Meu coração, é fadista de outras eras Que sonha viver quimeras Em locura desbrida Meu coração, se canto quase me mata Pois cada vez que bata Rouba um pouco à minha vida. E ele e eu, cá vamos sofrendo os dois Talvez um dia depois Dele parar pouco a pouco Talvez alguém se lembre ainda de nós E sinta na minha voz O que sentiu este louco.