Meus lindos olhos, qual pequeno deus Pois são divinos, de tão belos os teus. Quem, tos pintou com tal feição Jamais neles sonhou criar tanta imensidão. De oiro celeste, Filhos de uma chama agreste Astros que alto o céu revestem E onde a tua história é escrita. Meus lindos olhos, de lua cheia Um esquecido do outro, a brilhar p ́rá rua inteira. Quem não conhece o teu triste fado Não desvenda em teu riso um chorar tão magoado. Perdões perdidos Num murmúrio desolado Quando o réu morava ao lado Mais cruel não pode ser. Este fado que aqui canto Inspirou-se só em ti Tu que nasces e renasces Sempre que algo morre em ti Quem me dera poder cantar Horas, dias, tão sem fim Quando pedes só pra mim Por favor só mais um fado.