Que destino ou maldição Manda em nós, meu coração Um do outro assim perdidos? Somos dois gritos calados Dois fados desencontrados Dois amantes desunidos Somos dois gritos calados Dois fados desencontrados Dois amantes desunidos Por ti sofro e vou morrendo Não te encontro, nem te entendo Amo e odeio sem razão Coração quando te cansas? Das nossas mortas esperanças Quando páras coração? Coração quando te cansas? Das nossas mortas esperanças Quando páras coração? Nesta luta, nesta agonia Canto e choro de alegria Sou feliz e desgraçada Que sina tua, meu peito Que nunca estás satisfeito Que dás tudo e não tens nada! Que sina tua, meu peito Que nunca estás satisfeito Que dás tudo e não tens nada! Ai, gelada solidão Que tu me dás coração Não há vida nem há morte Ai, lucidez desatino De ler no próprio destino Sem poder mudar-lhe a sorte Ai, lucidez desatino De ler no próprio destino Sem poder mudar-lhe a sorte