Não me arrependo nem do que eu não fiz Não vou na onda desses imbecis Não tô na boca nem tô no nariz Quem fala muito não sabe o que diz No meio do caminho pode ter uma pedra Mas no meio dessa pedra pode ter um caminho A pedra no caminho pode ser um diamante Pode ser que ela me atrase, pode que eu me adiante Toda pedra pode ser um diamante Todo dia pode ser um grande dia Toda noite pode ser aquela noite Aquela noite não foi mas também podia Aprendi na poesia anestesiante E na porrada sagrada de cada dia Que a gente pode e deve ser confiante Mas não pode dar mole nem quando a gente confia Não me arrependo nem do que eu não fiz Não vou na onda desses imbecis Não tô na boca nem tô no nariz Quem fala muito não sabe o que diz Esqueceram um zero na minha conta Se der mole, vagabundo monta, O esquema é uma cama de gato Mas não vão me derrubar, não sou eu quem vai pagar o pato Não sou queijo pra engordar o rato Não fico de bobeira cafungando nessa ratoeira Quero ver quem vai dizer quem é ingrato Tô na dividida mas não entro de primeira Levei uma rasteira de quem sempre me tabelou comigo Antes só do que andar com esse tipo de amigo Malandro é malandro, mané é mané Mas quem faz pose de malandro é porque não é Não me arrependo nem do que eu não fiz Não vou na onda desses imbecis Não tô na boca nem tô no nariz Quem fala muito não sabe o que diz Cavaleiro Andante! sempre tô de pé Pro que der e vier, vou do jeito que der Cavaleiro Andante! aprendi bastante Que a cabeça não é só pra segurar o boné Cavaleiro Andante! sempre tô de pé Pro que der e vier, vou do jeito que der Sei que a pedra no caminho pode ser um diamante Nem sempre o que parece é Sei que a corda arrebenta no lado mais fraco Sei que a vida é uma sinuca mas confio no meu taco Confio no meu taco, se liga, pela - saco Na mesa é na caçapa mas no campo é no buraco Ouvi dizer que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, Mas a regra vai mudar Se eu ficar o bicho some, se eu correr o bicho arrega Se eu quiser pegar o bicho ele se entrega, Se eu pedir o bicho dá Se eu quiser que o bicho pegue aí o bicho vai pegar A cobra vai fumar, o coro vai comer O coro tá comendo então vai vendo, pode ver Eu já cantei a pedra pra você Não me arrependo nem do que eu não fiz Não vou na onda desses imbecis Não tô na boca nem tô no nariz Quem fala muito não sabe o que diz Fui Pixote, sei andar na escuridão Enfrentar moinho, derrubar dragão Cavaleiro Andante, sei andar sozinho Dom Quixote não tem medo de alucinação Desde o saco do meu pai tô na batalha Não nasci pra ser esparro de canalha!