Condenado a viver triste É sina de quem muito ama. Nunca tu, meu coração, resististe Ao amor que a dor inflama. Mais uma vez meu torturado coração Buscou abrigo no teu peito, inutilmente; Não há quem lhe console a sede ardente Nem ele se farta das delícias da paixão. E sempre, para qualquer acto, Há que pagar com o sofrimento, Até que a doçura do último tacto Acabe por morrer num lamento. Por mais que os corpos se enlacem Um dia tudo passa e só fica a solidão. Haverá porventura alguém que mate o fogo de tão maldita paixão? Eu sei que amar é pecado Por isso também a mim o céu castigou Fiquei pra vida amarrado A quem sempre me enganou Jamais o amor me faltou Com ternuras e afagos Mas libertar meus anseios, Nunca de tal se lembrou. E sempre, para qualquer acto, Há que pagar com o sofrimento Até que a doçura do último tacto Acabe por morrer num lamento. Por mais que os corpos se enlacem, Um dia tudo passa e só fica a solidão. Haverá alguém capaz de matar O fogo de tão maldita paixão?